domingo, 20 de outubro de 2013
E ela esperou. Desde o exato momento em que soube que viria, esperou. Desde o horário previsto para o seu desembarque, esperou. O esperou por horas, por dias. Mesmo não querendo vê-lo, ainda assim esperou. Arrumou-se, colocou seu melhor perfume, seu melhor sorriso e o esperou, carregando em si uma suave esperança de que, ao revê-la, ele finalmente veria o que tinha deixado para trás... esperou. Pior do que a ideia de reencontra-lo era o saber que ele não viria, não para ela, não para procura-la ou busca-la em meio a multidões. Havia acabado, a tempos havia acabado, mas nela a saudade ainda existia, silenciada pelas mágoas. Apesar de, ela havia esperado. Apesar de, ela havia aberto a porta do seu guarda-roupa e retirado milhares de roupas, provando-as cautelosamente para não errar, buscava algo que melhor valoriza-se seu corpo, mas que não tirasse a atenção do seu sorriso. Apesar de, ela provou seus perfumes para usar a fragrância que melhor o agradasse. Apesar de, ela respondeu sua mensagem quando tinha prometido a si mesma que não mais falaria com ele. Apesar de, ela esperou. Era impressionante a forma que ele havia mudado, não mais era o seu amor, apenas era mais algum ser humano do planeta, que igual aos outros não se importa com os sentimentos das pessoas e mesmo sabendo disso, ela o esperou. Esperou pelo sorriso, o olhar, o abraço, as brincadeiras, as piadinhas sem graça, as provocações.. os beijos. Ela esperou. Sorrindo, chorando, deitada, de pé, bebendo, cantando... Esperou. E ele, ele veio, mas não para ela, não para procura-la, não para busca-la em meio a multidões.