quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um choro forte, um choro de dor, um choro alto, um choro longo e um cansaço moral.
Naquele momento ela se via perdida.. Sem saber , ao certo, onde estava e se aquilo era, de fato, o melhor a fazer, ela chorava forte.... ela olhava a cadeira ao seu lado vazia e pela janela observava a paisagem, as árvores se misturavam com as flores coloridas e juntas formavam um quadro pintado pelas mãos do criador, um quadro perfeito por sinal.
Um choro de dor, ao olhar para trás, ela viu o caminho que já havia percorrido para está ali onde estava. Ao olhar para trás ela viu tudo o que deixou para poder partir, viu seus amigos correndo ao seu encontro, uns chorando e outros apenas ascenando, viu sua família sorrindo por saber que era o melhor que ela podia fazer naquele momento e o viu, em meio a tanta gente ela o viu, de longe, parado, apenas olhando e sem expressão alguma em seu rosto, ele havia ido vê-la partir, como deve ter doído nele, mas não doeu como doeu todos esses dias e meses nela e como ainda doía naquele momento. Ela o ascenou, ele não respondeu, imóvel como estava, ficou. Um choro alto a tomou e em meio à lágrimas ela o chamou, o choro alto imediatamente foi abafando pelas palavras, que chamavam-o, esperando ao menos que ele reagisse, mas nada ele fez, a não ser continuar parado, apenas olhando. Um choro longo que durou até ela adormecer. Ao despertar, um susto, ao seu lado, na cadeira que antes estava vazia, agora estava ocupada, ocupada por ele que ali, parado, nada fez, apenas a olhou e sorriu, ela entendeu tudo, sem ser preciso mil palavras e explicações, ela entendeu que era a vez deles, juntos, sem interferências, viver as suas vidas. Um sorriso marcante, um sorriso de alívio, um sorriso alto, um sorriso longo brotou de seus lábios enquanto ela o abraçava.