Parece que para todo mundo passa, menos para mim.
É tanto sentimento perdendo-se na imensidão do mundo, que entristece-me.
Amor que termina no escuro, sozinho, não deixa de ter sido amor e acredite, não terminou pelo fato de está em um local fechado, sem luz e ensopado pelas lágrimas.
A verdade por eu não conseguir esquecer, um pouco que seja, é simples. A dor virou costume e já quase passa despercebida.
Ainda dói, mas agora nem tanto e nem sempre, mas ainda dói.
A ausencia e a incerteza, como sempre foi, ainda fazem parte de alguns dos meus dias, antes acompanhavam-me diariamente, mas agora nem tanto, não mais, por que, não sei, acho que chega o dia em que nos acostumamos com a ausencia, a saudade, a dor, daí seguimos, apenas lembrando e sentindo menos, mas ainda sentindo.
Quando se ama é impossivel não olhar para trás e lembrar de momentos e promessas, de sonhos e desejos, de sorrisos e lágrimas, de idas e vindas e também da ida sem vinda.
Ainda dói, mas a dor virou companheira e não machuca tanto como machucou ontem, as vezes há uma pontada como um corte recente, que sangra, lateja e arde tudo por dentro como se estivessem jogando sal na ferida, mas quando se sangra o sal ajuda a parar o sangramento, logo, as feridas recentes, aquelas em que por mais machucado que esteja o coração são as responsaveis pela cura de feridas maiores, deixando apenas as marcas lembradas a cada latejar e ardência.
Ainda dói, mas não sangra mais, você jogou tanto sal que estancou tudo, menos a sua ausencia, as lembranças e a saudade.
Ainda dói, mas o que mais me dói é a certeza de que, chegará o dia em que meu coração não mais te reconhecerá e de fato acho que é disso que tenho medo, que assim como para todo mundo, para mim também passe e espero que passe.