segunda-feira, 20 de dezembro de 2010



Um quarto sem muita iluminação, dois corpos deitados olhando para o nada, muito silêncio e nenhum barulho a não ser o das batidas de seus corações, que de tanta saudade calam as palavras, emudecem as declarações e ainda assim falam tanto.
Foram dias de espera, dias de alegria por saber que se aproximava o dia, ela pensava no que iria dizer, como reagiria ao vê-lo mais uma vez, o que deixaria de falar e o quanto admiraria os seus olhos, e nada o fez, acredita? A vontade e a saudade eram tantas, que simplesmente a travou, nada disse, nada fez, nada olhou... Apenas sentiu. Sentiu tanto que pra ela, se tornou o suficiente. Sentiu o seu cheiro que a meses nao sentia, sentiu as batidas de seus corações dançando em um ritmo perfeito e sentiu todo o amor de antes, mais maduro, mais experiente, mais dela.
Ela pode achar que ama errado por amar demais, mas não há essa de erros e acertos quando o assunto é o que a segue diariamente e o que a segue, a guia e a enche é esse amor doido.
E foi assim, parada, olhando para o nada, que ela percebeu que aquele nada que ela tentava encontrar era o mesmo que ela esperava dele, por que sempre foi assim, em momentos tudo, mas em sua maioria, nada.
E o nada sempre a agradou mais do que o tudo, sabia? Por que quem tem tudo não tem nada e quem te nada, o que tem?
Engraçado vê-los assim, parecendo outras pessoas, mas ainda sendo os mesmo um para o outro.
Mais engraçado é saber que dessa historia, é que saem as mais bonitas lembranças.
Eles podiam se encontrar em um local super iluminado e cheio de gente, mas ainda assim, quando seus olhares se cruzassem, eles ouviriam o barulho gigante que sempre fazem quando se veem e esse sim, é o verdadeiro som do "valeu muito a pena" o tudo e o nada.