Ela
colocara um balde com água, dois baldes, três baldes na tentativa de encher
novamente a fonte, aquela que, por vezes, era a certeza que tinha de ter algo.
Uma, duas, três tentativas e nada, a fonte não mais continuava a mesma, ela
havia secado a tempos e por mais que ela insistisse com seus milhares de baldes
ela não mais voltaria a encher, a fonte havia secado junto com suas lágrimas,
junto com suas mágoas, junto com suas dores e torná-la a encher, seria tornar a
sentir tudo e ela sabia, no fundo, ela sempre soube que aquilo não a fazia bem,
então porque insistia? Porque tentar diminuir os milhares de erros e novamente
enche-la? A fonte tinha feito sua escolha, havia preferido milhares de moedas a
seus baldes tão limpos, cheios e verdadeiros. Ela tornara a colocar um balde
com água, não mais na esperança de enchê-la, mas sim para limpá-la que de tão
vazia havia perdido seu brilho. Ao perceber que havia chegado a hora, cansada,
ela partiu, deixando para trás a fonte e suas histórias, levando consigo seus
baldes para que pudesse usá-los transbordando fontes merecedoras.