terça-feira, 15 de outubro de 2013

Ela colocara um balde com água, dois baldes, três baldes na tentativa de encher novamente a fonte, aquela que, por vezes, era a certeza que tinha de ter algo. Uma, duas, três tentativas e nada, a fonte não mais continuava a mesma, ela havia secado a tempos e por mais que ela insistisse com seus milhares de baldes ela não mais voltaria a encher, a fonte havia secado junto com suas lágrimas, junto com suas mágoas, junto com suas dores e torná-la a encher, seria tornar a sentir tudo e ela sabia, no fundo, ela sempre soube que aquilo não a fazia bem, então porque insistia? Porque tentar diminuir os milhares de erros e novamente enche-la? A fonte tinha feito sua escolha, havia preferido milhares de moedas a seus baldes tão limpos, cheios e verdadeiros. Ela tornara a colocar um balde com água, não mais na esperança de enchê-la, mas sim para limpá-la que de tão vazia havia perdido seu brilho. Ao perceber que havia chegado a hora, cansada, ela partiu, deixando para trás a fonte e suas histórias, levando consigo seus baldes para que pudesse usá-los transbordando fontes merecedoras.