sábado, 11 de junho de 2011


Não há mais tempo para sorrisos, abraços, olhares.
Não há mais tempo para compartilhar, sonhar, desejar.
Não há mais tempo para lembranças e nem para a saudade.
Não há mais tempo para a saudade, ela repete.
Não há mais tempo para a saudade, volta a repetir.
Repete uma, duas, três vezes para ver se a teimosa para de rondá-la.
E mais uma vez a saudade a assusta e do nada, ela se vê presa as lembranças dos dias em que seus sorrisos eram os mais espontâneos, suas gargalhadas as mais sinceras, seus dias, os mais completos.
A saudade traz de volta a lembrança da cor dos olhos, a dureza dos mesmos ao recriminar ou ao amedrontar-se e a gritante doçura de um reencontro.
Lembrança do desejo estampado nos movimentos e no modo que sorria ao sonhar.
Sonhos esses que compartilhava com ela ao dormir.
Não há mais tempo para a saudade. (sussurra)
Uma saudade louca, que passa atropelando as razões e a prende, unicamente, naqueles dias em que a hora não passou até ele chegar.
Saudade essa que corre contra o tempo e se finda na imensidão do dia-dia.
Saudade que a faz querer sentir o entrelaçar dos dedos, os abraços apertados e o calor dos lábios ao, junto dos dela, se abrir em um sorriso.
Sorriso esse que ela sorrir a cada vez que lembra, sorriso esse que nunca se importou com o tempo ou com a falta dele.
Sorriso esse, sorriso deles, sorriso dela.
Não há mais tempo para a saudade e nem tão pouco para o silêncio, então, que finalmente as palavras sejam ditas.